A mesa de jantar estava abastada e elegante, como sempre. Louça de porcelana branca, talheres de prata, taças de cristal refletindo a luz suave do lustre. O aroma dos pratos recém-servidos se espalhava pelo ambiente: carne ao molho de vinho, legumes grelhados e uma seleção de saladas delicadas que Clarice havia supervisionado pessoalmente.
Henrique, sentado à direita de Maia, parecia perfeitamente adaptado ao cenário. Seu riso fácil e os comentários espirituosos quebravam o gelo de tempos em tempos. Para quem olhava de fora, era difícil acreditar que ele havia chegado àquela casa há menos de dois dias.
Isadora, no entanto, permanecia rígida em seu lugar, controlando cada expressão, cada movimento. Sentia-se em um jogo perigoso, como se qualquer deslize pudesse colocar tudo a perder.
— A comida está maravilhosa. — disse Henrique, erguendo a taça de vinho tinto. — Acho que vou engordar dez quilos se ficar muito tempo de férias. — Sim, essa era a justificativa que estava usando para expl