A porta da clínica se fechou atrás dela com um som oco, e o ar gelado da noite atingiu-lhe o rosto. Fiorella parou por um instante, inspirando profundamente, como se tentasse conter o turbilhão de emoções que a consumia. Mas foi em vão. Um rosnado baixo e gutural escapou de seus lábios apertados.
— Tomara que aquela desgraçada morra! — resmungou entre dentes, sentindo a raiva queimando por dentro.
Ela a odiava. Com cada fibra do seu ser.
Dante tinha que ser dela. Não daquela intrusa. Não daquela vagabunda que havia surgido do nada para lhe roubar o que lhe pertencia. Ela o vira crescer, passar de um garoto franzino a um homem imponente, forte, poderoso. Amara-o em silêncio durante anos, sonhando com o dia em que ele a enxergasse como algo mais do que a menininha que sempre estivera ao seu lado.
Cerró os punhos até as unhas se enterrarem nas palmas das mãos. Não, ela não permitiria que aquela vadia russa destruísse o que ela esperara por toda a vida.
Sua mente deslizou, involuntariamen