Dois dias inteiros se passaram. Dias em que Dante Bellandi mergulhou em seus assuntos, em reuniões intermináveis, em negociações que exigiam sua atenção e decisões que não podiam esperar. Não foi ver Svetlana nem uma única vez. Não a procurou, não pediu sua presença. Sua mente estava aprisionada no turbilhão que representava Enzo, seu irmão. Uma criança. Um problema. Uma ameaça.
Não tinha ânimo para enfrentar mais ninguém. Muito menos ela.
Por isso, quando os primeiros raios de sol iluminaram a manhã, refugiou-se em seu lugar favorito: seu jardim secreto. Um recanto isolado dentro da vasta propriedade dos Bellandi, escondido atrás de altos muros de pedra e trepadeiras que subiam como guardiãs de sua privacidade.
O aroma da terra úmida, o perfume sutil das flores, o som distante da água correndo na fonte... tudo lhe trazia uma paz que raramente encontrava em outro lugar. A jardinagem era seu refúgio desde menino. Algo que seu pai jamais compreendeu, algo que nunca combinou com a imagem