Svetlana avançava apressada pelo corredor, a respiração ofegante e o peito ardendo com a fúria contida. A conversa com Mirella havia deixado nela uma sensação de injustiça difícil de engolir. Como podia uma mulher ser tão cruel? Tão indiferente ao seu sofrimento? Cada palavra fora um chicote contra sua dignidade, como se sua própria vontade não tivesse valor algum naquele mundo para o qual fora arrastada contra sua vontade.
O eco de seus passos reverberava no mármore frio do corredor, amplificando a urgência com que tentava se afastar de tudo aquilo. Mas antes que pudesse ir adiante, uma mão de ferro agarrou seu braço, puxando-a com brusquidão. Giulia a segurou com força e, com um gesto rápido, a obrigou a se virar por completo, ficando frente a frente com ela.
—Se eu fosse você, teria mais respeito —disparou com um olhar cortante, a voz baixa, mas carregada de ameaça—. Sabe com quem acabou de falar?
O coração de Svetlana batia com força, mas seu orgulho se recusava a ceder. Livrou-se