O rugido dos motores ainda ecoava na entrada da villa quando Dante desceu do carro com passos decididos e furiosos. O sol agonizava no horizonte, tingindo o céu de Aspromonte com tons de fogo e sangue. A brisa da tarde agitava as copas dos ciprestes, e o canto distante dos grilos começava a preencher o ar com seu murmúrio monótono. Mas Dante não ouvia nada. Sua mente era um redemoinho de pensamentos sombrios, o pulso latejava com violência nas têmporas, e sua mandíbula estava tão tensa que doía.
Fazer negócios com os albaneses sempre lhe deixava um gosto amargo na boca. Mas a ligação que recebera poucas horas antes o havia desestabilizado por completo. Olivia havia tentado fugir com Enzo.
E não era só isso.
Vários traidores dentro de seu próprio círculo haviam sido expostos — e o pior: alguns haviam conseguido escapar. Homens leais a ele tinham morrido. Outros estavam feridos.
Dante arrancou o paletó do terno preto com um só movimento, sem se importar que ficasse amassado ao cair sobr