Olivia Narrando.
Dois meses depois
O tempo passou mais rápido do que eu imaginava. Como se, depois de tanto caos, a vida tivesse finalmente apertado o botão do "pausar e respirar".
Estávamos reunidos no salão de festas da casa dos meus pais. Uma noite leve, tranquila... cheia de sorrisos, abraços e, pela primeira vez em muito tempo, esperança.
Eu estava com cinco meses de gestação. Minha barriga já marcava de forma graciosa sob o vestido lilás que Laura me ajudou a escolher. Todo mundo fazia questão de tocar, de falar com o bebê, como se ele já fizesse parte do mundo — e, de certa forma, fazia. Era ele quem tinha unido tudo. Era ele quem, sem saber, estava costurando corações remendados.
Otávio segurava minha mão enquanto conversava com Paulo e Marcos, rindo de alguma história antiga de família. O sorriso dele era tão sincero, tão leve, que me emocionava só de olhar. Ele merecia essa paz. Nós dois merecíamos.
Do outro lado da sala, meu pai falava alto — como sempre — brindando com um