Olivia Narrando
Distante.
Sentia como se meu corpo não fosse meu. Estava presa dentro de mim, consciente, mas incapaz de abrir os olhos. Cada detalhe daquela noite chuvosa em que quase perdi meus bens mais preciosos me vinha à mente como uma tortura. Eu ouvia as vozes ao redor, sentia o toque das pessoas, escutava Otávio sussurrando ao meu ouvido que nossos filhos precisavam de mim.
Mas tudo parecia pesado demais. Acabei afundando num sono profundo… ou talvez num limbo( Incerteza). Sonhava, sim, mas era como estar presa dentro do meu próprio sonho.
Então, em um esforço que pareceu sobre-humano, abri os olhos. A luz era intensa demais, machucava minha visão. Pisquei várias vezes, tentando me ajustar. Minha garganta estava absurdamente seca. Vasculhei o quarto com os olhos, ainda confusa, até que o desespero me consumiu: não senti meus filhos na barriga.
O pânico me tomou por completo. Havia aparelhos em minha boca, dificultando minha respiração. Pessoas se aproximaram, começaram