Otávio narrando
A chuva caía como se o céu estivesse desabando.
O som das gotas fortes no para-brisa do carro era quase ensurdecedor, mas nada abafava o som que ecoava na minha cabeça — o medo.
O medo de que algo tivesse acontecido com a mulher que eu amo... com os nossos filhos.
— Atende, atende, atende! — gritei, tentando mais uma vez discar o número da polícia.
Assim que conseguiram me atender, disparei:
— Aqui é Otávio Andrade! Invadiram a minha casa, por favor, mandem uma viatura agora! Minha esposa está grávida de oito meses, e está sozinha!
Mal finalizei a ligação, disquei para a Laura com os dedos tremendo.
Ela atendeu após alguns toques.
— Otávio? O que foi? — a voz dela soava assustada.
— Laura, onde você tá?
— Tô presa no trânsito, tá tudo alagado!
Fechei os olhos com força, sentindo meu coração quase sair pela boca.
— A Alice... ela fugiu da clínica. Thalisson me contou. A gente acha que ela foi atrás da Olívia.
— Meu Deus! — ela gritou, o som abafado pela ch