Alice Narrando.
Eu estava tão animada com o convite de dona Marta que quase não dormi na noite anterior. Desde que voltei de viagem, ela vinha sendo um doce comigo — me ligando, mandando mensagens carinhosas, perguntando se eu estava comendo direito. Quando ela me chamou para um café na casa dela, achei que talvez, finalmente, as coisas estivessem se encaminhando de vez entre mim e o Otávio.
Coloquei meu vestido azul favorito, aquele que ela mesma disse uma vez que me deixava com “cara de moça fina”. Cheguei na casa dela um pouco antes do horário, com um bolo que comprei na melhor confeitaria da cidade. Ela abriu a porta com um sorriso caloroso, me abraçou como se fosse uma filha.
Sentamos na varanda, de frente pro jardim florido. O cheiro de café fresco se misturava ao perfume das flores e por um instante tudo parecia perfeito.
— Alice, minha querida, eu fico tão feliz quando você vem aqui — ela disse, servindo duas xícaras. — Você sempre me passa uma paz, uma segurança… Eu gosto tan