Otávio Narrando.
O sol da manhã batia de leve na lateral do meu rosto enquanto eu segurava a mão dela com força. Meus passos estavam pesados, como se a cada metro que eu me aproximava daquele hospital, meu corpo quisesse recuar.
Olívia caminhava ao meu lado, em silêncio, mas o aperto firme dos dedos dela entre os meus era o único incentivo que eu tinha pra continuar. Ela não disse nada, mas o olhar dela… aquele olhar... como se ela soubesse exatamente o quanto tudo aquilo estava me consumindo por dentro.
Chegando na porta do quarto, respirei fundo. O cheiro forte de hospital me fez querer sair correndo dali. Mas ela puxou a minha mão de leve, como quem diz sem palavras: Vai... você precisa fazer isso.
Empurrei a porta devagar.
Meu pai estava deitado, os olhos fundos e a pele mais pálida do que na última vez que eu o vi. A fraqueza dele parecia ainda maior agora, como se cada respiração fosse uma luta.
Quando ele me viu, os olhos dele se encheram d'água. Por alguns segundos, o qua