Continuação.
A estrada parecia não ter fim. Os postes passavam por mim como vultos e cada curva me afastava mais do que eu tinha feito. O sangue ainda latejava em minha mente, o rosto da Olívia no chão me perseguia como um fantasma. Eu precisava fugir. Pensar. Respirar. Mas meu corpo estava agitado, frenético, e minhas mãos mal se fixavam no volante.
— Ele tem que vir. Ele tem que vir — sussurrei, apertando o celular contra o peito como se isso fosse me salvar.
Foi quando virei bruscamente, tentando cortar caminho, e uma caminhonete surgiu de um cruzamento. Eu desviei instintivamente, o carro girou e... BAM! O impacto com o barranco me jogou contra o banco. Vidros voaram. Tudo parou.
Minha cabeça doía, o ar parecia faltar. Senti o gosto de sangue na boca. O ombro latejava. Mas ainda assim, meu primeiro impulso foi pegar o celular.
Meus dedos tremiam tanto que quase não consegui desbloquear a tela. Toquei no nome dele. Otávio.
Chamou uma, duas, três vezes… até que a voz del