continuação
Acordei com um gosto amargo na boca e o estômago revirando.
A cabeça latejava como se tivesse mil tambores batendo dentro dela.
Abri os olhos devagar… a luz baixa do abajur deixava o quarto com um tom alaranjado e suave…
E a primeira coisa que vi foi ele.
Otávio.
Sentado na poltrona ao lado, com o celular nas mãos… o olhar cansado, a gravata largada e as mangas da camisa arregaçadas até os cotovelos.
Tentei me mexer… e foi só aí que percebi o quanto meu corpo estava mole…
Suado… quente… e ainda tonto.
Ele percebeu que eu me mexia e, num segundo, já estava ao meu lado.
— Calma… fica deitada. — a voz dele saiu baixa, mas com aquele tom de cuidado que fazia meu peito doer ainda mais.
— Tô… tô passando mal… — murmurei, com os olhos fechando de novo.
Ele me ajudou a sentar, me deu água… e quando viu que eu estava começando a suar frio… não pensou duas vezes.
— Vem… você precisa de um banho.
Me pegou no colo com tanta facilidade que eu nem tive força