Continuação.
Ainda estávamos tão próximos, respirando o mesmo ar, quando a carruagem deu outro solavanco ao passar por mais uma pedra no caminho. Dessa vez, em vez de cairmos um sobre o outro desajeitadamente, nos seguramos ao mesmo tempo — e acabamos rindo juntos.
O riso quebrou a tensão, mas não diminuiu a proximidade. Pelo contrário: trouxe uma leveza inesperada, como se aquele momento tivesse nos libertado de algo.
Wei passou a mão pela minha cintura, mantendo-me junto a ele, e seus olhos me observavam de um jeito diferente, mais suave, quase terno.
— Sabe... — ele começou, com a voz grave e baixa, mas sem desviar o olhar dos meus. — Nós começamos errado.
Pisquei, surpresa com a sinceridade repentina. — Errado?
Ele assentiu, o sorriso discreto nos lábios. — Eu disse coisas que não devia, te machuquei quando deveria ter te protegido. — Apertou levemente minha cintura, como se quisesse que eu sentisse a firmeza de suas palavras. — Mas agora... quero recomeçar. Com você.