Lua Narrando.

Nunca imaginei que esbarrar em alguém pudesse ser tão… simples e tão estranho ao mesmo tempo. Diego tinha algo que me deixava curiosa, mas não da forma que eu me preocupo com Wei — não, com ele era diferente. Ele era humano, certo, mas parecia tão aberto às possibilidades da vida que era impossível não se deixar levar por aquela conversa leve, quase terapêutica.

Ele havia crescido em um orfanato, enquanto eu… bem, eu tinha passado anos no convento, aprendendo disciplina, regras, e como suprimir qualquer desejo ou emoção. Ele saiu de lá para perseguir seu sonho de escritor; eu saí para ser livre, para fugir de tudo que me prendia. E, de algum jeito, nossas histórias se encontravam, mesmo que tão diferentes.

— Eu adoro ler — disse, rindo baixinho — principalmente romances, mas qualquer história que me leve para outro lugar… e você?

Ele sorriu, e parecia genuinamente interessado. Falamos de livros, de aventuras, de sonhos. E, por alguns minutos, foi fácil esquecer o mun