Dante Bianchi
Eu não lembrava a última vez que tinha me sentido assim.
Talvez nunca tenha sentido, pra ser sincero.
Quando Marina disse que queria tentar de novo, alguma coisa dentro de mim se acendeu — algo que eu já tinha enterrado há muito tempo, junto com a ideia de que alguém como eu poderia ter uma vida normal.
Agora, enquanto dirigia pelas ruas de Roma, o sorriso teimava em não sair do meu rosto. Ela estava ao meu lado, olhando pela janela, com o vento bagunçando o cabelo e um brilho no olhar que eu não via desde o primeiro dia em que nos conhecemos.
A cidade passava devagar.
O rádio ainda tocava aquelas músicas calmas que ela parecia gostar, e o cheiro dela — doce, discreto — tomava conta do carro. Eu olhava pra ela de vez em quando, só pra me certificar de que era real.
Alguns dias sem vê-la tinham parecido décadas.
E agora, ela estava ali, perto o bastante pra eu sentir o calor da pele dela quando o vento frio entrava pela janela.
Marina virou o rosto e me pegou olhando.
Sor