Capítulo 18 - Caldo.

Marina Salles

A luz bateu direto na minha cara, invadindo meu sono sem a menor cerimônia. Pisquei algumas vezes, meio grogue, tentando entender onde diabos eu estava… até sentir o peso quente e confortável sobre minha barriga.

O braço de Dante.

A memória da noite passada veio como um flash: pele, suor, gemidös e ele. Só ele.

Abri os olhos de vez, ajustando a visão à claridade que entrava pela fresta malfechada da cortina. O quarto ainda estava meio na penumbra, mas o raio de sol teimava em iluminar justo a cama — como se a porrä do universo quisesse deixar registrado o que aconteceu ali.

Dante dormia ao meu lado, braço jogado em cima de mim, respiração lenta, expressão serena. Era quase irreal ver aquele homem — que normalmente parece pronto pra explodir o mundo — dormindo tão calmo, tão em paz. Aposto que era só dormindo mesmo que ele ficava assim, porque acordado… ele era uma bomba-relógio com pernas.

Estiquei o braço até a cabeceira e peguei meu celular: 08:00 da manhã
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