Dante Bianchi

A noite ganhava um novo ritmo, não por causa da música, nem pelas luzes vermelhas que dançavam no teto da boate, mas pelo que Enrico nos revelou minutos atrás. Uma das gringas tinha perguntado se eu, Donatello e Enrico éramos comprometidos. Curioso. Alguém daquela mesa estava mais interessada do que queria admitir.

Donatello, óbvio, não perdeu tempo. A mulher que soltou a pergunta ao Enrico, uma morena de cabelo liso e olhos azuis intensos, se levantou e saiu sozinha pouco depois, indo em direção ao banheiro. Donatello foi atrás como se estivesse seguindo um rastro de sangue, e até agora, não voltou. Já Enrico foi cuidar de algum problema administrativo da boate. O que me deixou sozinho na mesa VIP, observando o caos elegante da pista de dança enquanto girava o gelo no meu copo de uísque.

Foi então que ouvi a voz.

— Vejo que não fui a única pessoa abandonada pelos amigos.

Virei o rosto. Marina.

Ela estava ali, em pé ao meu lado, segurando uma taça de vinho como se tives