Bruna caminhava devagar pela rua de pedras irregulares, sentindo a areia fina se insinuar entre as tiras das sandálias. A brisa morna carregava o cheiro inconfundível de maresia misturado às notas doces de flores silvestres que desabrochavam nas cercas vivas ao longo da estrada. O céu, numa paleta infinita de azuis e lilases, parecia estendido apenas para ela.
Passara o dia inteiro em um estado de inquietação mansa, como quem pressente uma mudança no ar mas ainda não ousa nomeá-la. Desde a manhã, algo pulsava debaixo de sua pele, uma eletricidade sutil que a fazia caminhar sem rumo, deixando os pés decidirem o percurso.
Foi assim que, dobrando uma esquina familiar da vila, deu de cara com o pequeno restaurante.
Parou, o coração acelerando num reflexo instintivo, como se soubesse que ele estava ali, como se o próprio espaço tivesse uma força gravitacional própria.
O Hanok — ela soubera o nome pela placa pintada à