O sol já começava a baixar no horizonte, tingindo de dourado as paredes de madeira do pequeno restaurante que Min Jae-Hyun montava com as próprias mãos. Cada tábua fixada, cada parafuso apertado, cada metro quadrado daquele espaço parecia pulsar com a mesma energia que o movia: desejo. Não só pelo sucesso do Hanok, mas pela vida nova que ali começava a construir, longe da rotina acelerada de Seul, das exigências frias de uma metrópole que não mais o acolhia.
Naquela vila praiana esquecida pelos mapas, ele reencontrava o prazer dos gestos lentos, quase cerimoniais, de quem prepara não apenas um lugar, mas uma experiência. A madeira da bancada principal fora lixada por ele mesmo, suas mãos firmes e sensíveis transformando a superfície áspera em algo macio como pele recém-desperta. Enquanto passava um pano úmido para retirar a poeira fina do trabalho do dia, seus olhos se perderam na textura dos veios, nas curvas naturais que lembravam, por instantes fugazes,