MARIA AMARAL
João acabou de ir embora. Gostei da forma como ele enfrentou Amaymon. Meu irmão é o meu herói, sempre. Agora estou aqui nesse sofá, deitada, com a cabeça no colo do homem que será meu marido.
— E os seus pais? — ele pergunta de repente. Estava um silêncio tão gostoso.
Solto um longo suspiro.
— Eu os evito. Não voltei mais em casa desde que aquilo aconteceu. Eles não sabem sobre o que passamos.
— Gostaria de conhecê-los, ter a aprovação deles quanto a nossa relação.
Por longos segundos paira um silêncio pela sala. Dessa vez não é um silêncio gostoso.
— Falarei com eles sobre nós. Uma hora teria que enfrentá-los mesmo. — Falar é fácil, só de pensar em vê-los sinto meu coração prestes a sair do peito.
Depois disso não falamos mais, apenas senti o toque macio da mão dele acariciando meu cabelo. Já estava cochilando quando ele parou e tirou minha cabeça do seu colo. Murmurei em protesto, mas parei ao ser pega no colo.
— Nada de dormir em sofás.
— Sim, senhor — murmuro de olhos