JOÃO AMARAL
Essa calma desse Seven me dá nos nervos. E só piora ele não dar detalhes do que pretende fazer.
— Caralho! — resmungo enquanto saímos da sala.
— Boca suja — ele devolve calmamente.
— Dá para dizer o que pretende?
— Vamos torturar esse pedaço de merda e ao fim do dia de hoje haverá um suicídio, mesmo que seja forçado.
Gargalho.
— Pedaço de merda? Depois diz que minha boca é suja.
Saio rindo. No caminho, me despeço da gatinha da recepção com uma piscadela. Essa noite a trepada está garantida.
— Vamos naquela loja comprar doces para Maria. — Ele sugere mostrando a loja de fachada colorida do outro lado da rua da prefeitura.
Dou de ombros e seguimos para o local. O atendente sorria de orelha a orelha pela quantidade de produtos que o Seven comprava. Se minha irmã comer todos esses doces, ela explode. Ah, não passou nem cinco minutos que entramos na loja e o prefeito saiu apressado. Aposto que foi ver a mulher e as filhas. Os filhos dos outros pode sofrer, os dele não. Maldito!