MARIA AMARALAntes de mesmo de abrir os olhos ao acordar de repente, sinto o alivio invadir meus ossos. Um maldito pesadelo, uma maldita lembrança daqueles três anos no inferno. Foi isso que me despertou.Como um zumbi, caminho até o banheiro e tomo um banho, esfregando com força a pele do meu corpo todo, ao ponto de ficar vermelha e ardendo. É sempre assim quando as lembranças vem em forma de pesadelo. Antes de me vestir paro na frente do espelho. Sorrio com amargura. Por mais que minha alma e meu coração pareçam mortos, meu corpo se mostra saudável. Dentro do peso ideal para meus 1,59 de altura. A visão seria um bálsamo se não fossem as manchas pequenas e esbranquiçadas nas dobras de ambos os braços. Já estão com um aspecto suave, mas continuam ali, como um lembrete dos piores momentos. Minha pele não esquece, nem eu.Às vezes, como um fantasma, ainda posso sentir a agulha entrando e levando minha mente a não lutar mais, a desistir, assim como meu corpo.— Mais um dia de merda! — Su
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