MARIA AMARAL
O assunto pela cidade é o mesmo: O suicídio do prefeito. Meu pai está quase fazendo buraco no chão da casa, andando de um lado para o outro.
— Prefeito, eu? Eu não sei se dou conta disso — murmura de novo.
— A melhor coisa que aquele homem fez foi suicidar. — João diz descascando uma maçã e me passando pequenos pedaços. Depois da quantidade de doces que comi ontem, preciso de frutas. Eu estava descascando, mas ele sentou ao meu lado e tomou meu trabalho.
— Não diga isso, filho. — Mamãe olha triste para João. — Ninguém merece morrer assim.
— O senhor dá conta sim. Eu estarei ao seu lado. No fim, nosso negócio de pai e filho vai ser mais que um simples comércio. Sem falar que seu genro conhece muita gente poderosa, não tanto quanto ele mesmo, mas poderosas. Ele pode ajudar.
— Seu noivo é tão rico assim? — mamãe pergunta olhando para mim.
Assinto.
— O cara mora em um castelo de verdade. Deixa eu mostrar pra senhora. — João pega o celular e busca imagens do castelo dos Seven.