MARIA AMARAL
— Mamãe, preciso te contar uma coisa. — Ela larga as verduras que estava cortando dentro da vasilha e me olha séria. — Espero que a senhora não fique triste comigo. Desculpa por isso. Eu... — engasgo com as palavras, começo a chorar.
— Ei! — Ela me abraça. — Está tudo bem.
Antes que eu posso dizer algo, uma voz conhecida aquece meu coração.
— Que chororo é esse aqui? — Olho para a porta e vejo meu pai de braços abertos, esperando um abraço. Ele está sujo, como se tivesse trabalhado muito no pesado.
— Pai! — corro para seus braços, abraçando forte. O cheiro de cansaço e suor conhecido me faz chorar.
— Como você está, princesa? E cadê seu irmão?
— Estou bem. — Limpo as lágrimas. — Estava com tanta saudade. João foi levar... — interrompo.
— Levar o noivo dela pra pousada. Porque aqui não cabe um homem daquele e ainda com segurança.
— Noivo é? Quero saber essa história direitinho. Como minha filha de dezoito anos está noiva de uma homem mais velho que eu.
— Ai pai, ele é só u