A floresta que cercava o coven parecia diferente agora.
Mais densa.
Mais viva.
Ou talvez… mais atenta.
Rurik caminhava à frente, o peito nu sob o frio cortante da manhã. Os olhos dourados atentos a cada som, cada variação no ar.
Selena seguia próxima, a capa de couro encharcada de orvalho, os cabelos presos em tranças de combate.
Ambos marcados.
Ambos expostos.
— O oráculo fica a quantas léguas? — ele perguntou, sem virar o rosto.
— Duas. Se a trilha não nos engolir.
— Ela pode?
— Ela já tentou antes.
Silêncio.
A floresta respondeu com um uivo distante.
Não era lobo.
Não era natural.
Rurik puxou o punhal da cintura.
— Se algo se mexer, eu mato.
— E se for um espírito?
Ele sorriu sem humor.
— Eu mordo mesmo assim.
Selena riu.
O som foi breve.
Como um relâmpago em noite nublada.
— Você gosta disso — ele comentou.
— De quê?
— Da tensão. De andar na beira da lâmina.
— Talvez.
Ela o encarou.
— Mas você também. Ou não teria me seguido. Nem me tomado como tomou.
Rurik parou.
— Você acha que