Selena despertou no chão frio da cripta, a testa colada à pedra rúnica coberta de musgo. Sua pele estava suada, o peito arfando, como se tivesse corrido por horas dentro do próprio corpo.
Ao lado, Rurik dormia mal. Suor escorria por sua nuca, os dedos se contraíam em espasmos involuntários. Ele murmurava algo numa língua que ela não conhecia — ou talvez já tivesse conhecido, em outra vida.
O Elo pulsava entre eles como uma corrente elétrica viva, quente, impiedosa.
Ela tentou se levantar, mas algo a prendeu. Olhou para o braço: marcas. Riscadas em carne viva. As runas das tumbas haviam se gravado nela durante a noite. Como tatuagens ritualísticas. Como um selo.
— Rurik... — sussurrou, sacudindo-o.
Ele abriu os olhos de repente, os caninos alongados, os olhos amarelos. Pronto para matar.
— Ei — ela tocou seu rosto. — Sou eu.
Ele piscou. Reconheceu. A respiração foi desacelerando aos poucos, mas o tremor ficou.
— O que está acontecendo com a gente?
— O Elo está nos puxando. Pra trás — d