Selena correu.
Não com o corpo, mas com a alma.
O círculo de contenção era antigo, desenhado em três camadas de terra, osso e prata.
Ela não passava por ali desde a última vez em que Cael sangrou por ela.
Agora, ele estava de volta. E ela precisava encará-lo.
O ar do bosque estava carregado — pesado com lembranças que não lhe pertenciam mais.
Mas o corpo… o corpo ainda reagia.
Ao ver a figura de Cael emergindo da névoa, o ventre dela apertou.
Lembranças do toque, do comando, da entrega.
Ele era a escuridão que ela havia amado.
E renegado.
— Selena — ele disse, a voz grave como o som da terra rachando.
— Ainda sabe meu nome com a boca cheia de magia?
Ela se manteve firme.
— Ainda sei te enterrar com ela.
Cael sorriu, lento.
Ele era beleza antiga. Bruta. Perfeita como um erro primitivo.
E avançou um passo.
— O Elo foi refeito. Você sentiu. Na carne. No osso.
— Não foi por você — ela cuspiu.
— Não. Foi por ele.
O sorriso sumiu.
— O lobo.
Ela não respondeu.
Se respondesse, ele ganharia al