A noite era um animal ferido.
Respirava entre os galhos, arfava sobre o solo, sangrava pelas raízes.
Selena vestiu-se às pressas, os sentidos ainda em brasa, o corpo carregando as marcas do toque de Rurik — e da magia.
O prazer ainda pulsava entre suas pernas.
Mas a tensão queimava mais fundo agora.
— Sentiu? — ela sussurrou, os olhos varrendo a escuridão.
— Não foi um feitiço.
— Não — ele confirmou. — Foi algo que lembra… a gente.
A floresta se calou.
Como se tivesse medo do que viria.
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A sombra passou por entre as árvores sem tocar o chão.
Era alta.
Humana.
Mas não viva.
As folhas murchavam sob sua presença.
Os corvos calaram.
Até os lobos recuaram.
Ela tinha cheiro de passado. De vingança. E de pacto quebrado.
No centro da clareira ritual, onde Selena ainda respirava fundo tentando entender a dimensão do que acontecera entre ela e Rurik, o ar ficou mais denso.
Quente.
Sufocante.
Ela caiu de joelhos.
— Ele acordou.
Rurik a segurou antes que ela desabasse por completo.
— Quem?
Sel