O corpo de Rurik ainda tremia quando atravessaram os limites da cripta ancestral.
Selena caminhava à frente, o grimório apertado contra o peito. A luz das runas ainda pulsava sob sua pele, mas agora parecia mais... viva. Como se respirasse com ela. Como se estivesse crescendo por dentro.
O Elo não era apenas uma ligação espiritual.
Era uma metamorfose.
— Vai me dizer o que está acontecendo com você? — a voz de Rurik veio baixa, rouca. Carregada de algo mais primal.
Selena não respondeu de imediato.
Pararam diante do lago negro que margeava a floresta morta. As águas refletiam a lua dividida em três — o primeiro sinal da lua do meio.
— Eu estou lembrando. Aos poucos.
— Lembrando o quê?
— Quem eu fui antes de você. E o que você me fez.
Rurik estalou o maxilar, como se a culpa tivesse peso físico.
— Eu sei o que fiz. Eu te quebrei. De propósito.
Ela virou de frente para ele.
— E mesmo assim, o Elo me trouxe de volta pra você. Que ironia, não?
— Não — ele deu um passo à frente, os olhos q