cinzas de sangue

Cinco anos antes.

Floresta de Torneval.

Meia-noite.

A noite estava carregada de umidade e promessas malditas. A lua cheia cortava as copas das árvores como uma lâmina de prata, e a floresta respirava com o cheiro metálico de sangue.

Rurik ainda não era alfa.

Era jovem, impetuoso e completamente cego pela promessa de um vínculo sagrado.

Lyara.

Ela era filha do Segundo da alcatéia. Inteligente, feroz, e, mais importante… marcada como sua companheira predestinada.

Os Deuses da Lua tinham falado.

Os anciãos confirmaram.

E o corpo dele respondeu com uma febre que só ela conseguia acalmar.

Naquela noite, o ritual de união seria consumado.

Mas ela não apareceu.

No lugar de Lyara, veio o fogo.

A clareira onde a cerimônia seria realizada virou um campo de extermínio.

Corpos da alcatéia, despedaçados.

Outros, presos no chão por raízes negras como carvão — a marca de magia bruxa.

As árvores choravam com folhas queimadas e gritos atravessavam o vento como lâminas cortando a pele do mundo.

Rurik c
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