Caroline Hart
“Shhh… galera, calma. Não vou fazer barulho, mas estamos indo fazer uma surpresa para o meu noivo.” Comecei uma live no celular, sorrindo.
Hoje conquistei o prêmio Michelin, que é um dos prêmios mais disputados na carreira de um chefe de cozinha. Senti que o mundo finalmente reconhecia tudo o que sacrifiquei para chegar até aqui. Assim que desci do palco, com o troféu ainda nas mãos, meu celular não parava de vibrar. Recebi vários convites: capas de revistas gastronômicas, participações em programas de TV, e até uma proposta de parceria com uma das maiores empresas de alimentos do mundo.A equipe de marketing da empresa de cooperação sugeriu que eu fizesse uma live para marcar o momento. Os dados mostravam que meu número de seguidores estava subindo em uma velocidade impressionante. Naquela manhã, faltavam cem mil para bater um milhão. Horas depois, a meta foi ultrapassada. E com ela veio o aviso: se eu atingisse um milhão de seguidores naquele dia, o contrato de colaboração subiria para o nível máximo — e eu me tornaria o rosto da marca em toda Nova York.
Além disso, hoje também era o nosso aniversário de quatro anos. Então mostraria a nossa nova casa e faria uma surpresa para ele.
“Aqui será nossa nova casa depois do casamento!” sussurrei. “E vocês vão ser os primeiros fãs a saber disso!”
Girei a chave do apartamento e abri a porta com entusiasmo.
“Surpresa!”Mas no segundo seguinte… o prato caiu da minha mão e se espatifou no chão. O mesmo prato com o qual venci o prêmio hoje.
Zion, meu noivo, estava no sofá sem roupas, e com outra mulher. Uma loira que mais parecia uma prostituta…Congelei. Meu coração afundou.
Ele se levantou bruscamente, tentando se cobrir e a mulher arregalou os olhos e também se escondeu pegando o short que dei no Dia dos Namorados para ele.
"QUE PORRA É ESSA?"
"Amor... eu posso explicar", disse Zion, tentando se aproximar. "Foi só um deslize"
"Um deslize?" ri, amarga. "SEU DESGRAÇADO." Falta um mês para o nosso casamento, e você está me traindo, na casa que seria nossa…" as lágrimas caem dos meus olhos." No nosso sofá."
Avancei contra ele, socando seu peito com raiva, mas minhas forças sumiram, e eu simplesmente desabei no chão.
Zion tentou se aproximar de novo, mas eu o empurrei com força.
"Nunca mais me toque!" gritei." Eu vim comemorar o prêmio que ganhei com você, eu… "os soluços me impediam de falar."
" Todos esses anos eu te apoiei, e se você ganhou essa porra de prêmio foi graças a mim. Você é egoísta."
Arregalei os olhos. Aquilo foi como um soco no estômago.
Minha mão voou até seu rosto e estalou com uma bofetada.
"Vai para o inferno! Me traindo com qualquer uma que veja pela frente e eu que sou egoísta? Eu sinto nojo de você."
Arrastei a estante com a coleção de vinhos dele até o chão, derrubando garrafa por garrafa no tapete."Boa sorte para limpar isso. Canalha."
Desabei. Eu tremia inteira. Tudo foi transmitido. Eu só percebi quando me virei e vi o celular ainda gravando. Meus seguidores estavam assistindo. Tudo.
Desliguei a live no susto e saí tropeçando até a porta. Zion veio atrás de mim ainda de cueca, sem nem se preocupar em se cobrir.
"Você não pode terminar esse casamento, Caroline."segurou meus braços."
"Você é um canalha, um traidor. EU NUNCA MAIS QUERO VER VOCÊ NA MINHA VIDA!"
Ele sorriu. Frio. Cruel.
"Será mesmo? Lembra do contrato que você assinou quando paguei seus estudos? Há uma cláusula lá. Se você não se casar comigo, todos os seus bens serão congelados. Você não poderá atuar como gastrônoma por cinco anos. Tudo o que você conquistou será bloqueado."
Meus olhos arregalaram.
"Você... Você armou tudo isso?" uma lágrima escorreu dos meus olhos."
"Eu apenas garanti meu investimento, querida. Então se você quiser garantir o seu, esse casamento vai acontecer." Ele sussurrou no meu ouvido. "
Minha voz falhou.
"O que você ganha com isso?"
"É melhor você colaborar, eu estou te dando a chance de não colocar mais ninguém nessa rodada agora.""VOCÊ É DOENTE."
Saí correndo. Meu corpo tremia. Entrei no primeiro táxi que encontrei e fui direto para meu apartamento. Assim que cheguei, tudo caiu sobre mim, tudo foi uma mentira…
O celular explodiu em notificações, eu perdi 500 mil seguidores em dez minutos. Meus patrocinadores pedindo explicações, o que já era de se esperar. Algumas das minhas propagandas eram com Zion, o casal perfeito promovia mais ainda a imagem das empresas.
Peguei o celular e atendi só uma vez, era Zion.
"Por que você gravou essa merda, Caroline?"
Desliguei sem dizer nada. Era ele quem havia acabado com tudo. Desabei no chão do quarto. A raiva me consumia ainda mais do que a tristeza. Eu odiava o dia que meu caminho se cruzou com o de Zion.
Trinta minutos depois, uma batida insistente na porta me acordou.
"Caroline! Abre essa porta."
Era Magie, minha agente e amiga.
Abri a porta e ela entrou rapidamente, sacudiu o telefone e perguntou:
"Por que você não atende o telefone? Você sabe quanto perderemos se você perder o contato agora?"
No segundo seguinte, ela baixou a voz ao ver meus olhos vermelhos de tanto chorar, e me envolveu num abraço apertado.
"Tem paparazzi na porta. "fechou as cortinas." A imprensa já está especulando sobre tudo."
"Amiga... Eu preciso sumir."
"Do que você está falando?"
"Zion... Ele tem algo contra mim, uma cláusula no contrato que assinei quando financiou meus estudos e minha carreira. Ele vai tomar tudo de mim, até meu direito de exercer a profissão se eu não casar com ele. A casa, meu dinheiro, meus contratos, tudo será dele."
Ela arregalou os olhos.
"Eu não acredito nisso, Carol. Sempre achei que ele te amava. Vou procurar os melhores advogados para te defender, e enquanto não achar provas, vamos cuidar de..."
"Os patrocinadores estão me deixando, Magie. Um por um."
Ela desviou o olhar, desconfortável."Alguns contratos estavam no nome dele, ou foram negociados por ele. Com esse escândalo, eles alegaram quebra de conduta. Me veem agora como um risco de imagem."
"Eu sou a vítima."
"Só que na cabeça dessas empresas, não importa quem foi traído, só o quanto o nome delas aparece na mídia por isso. "
"Então é isso? Tudo que construí pode desaparecer de um dia para o outro?"suspirei."
"Você ainda tem a mim. E vamos dar um jeito."
"Me tire daqui, eu preciso sair desse lugar."
Ela me encarou por alguns segundos.
"Tem uma vaga... É para cozinhar para o CEO de uma empresa. Um CEO com requisitos altos, o problema é que ele já dispensou várias cozinheiras, ninguém quer trabalhar para ele. Não é o que você está acostumada, mas ganharia o suficiente para resolver os danos desse assunto."
"Sério?"abri os olhos com alívio." Quando posso ir?!"
"Considerando os holofotes… "Ela suspirou e olhou para mim firmemente." Agora."
"Então organize tudo, e avise a ele. Eu não posso ficar mais um segundo aqui."
Ninguém nos prepara para fugir quando o cárcere vem com uma aliança de noivado e o homem que amamos.O carro parou numa estradinha de terra. Árvores altas cercavam os dois lados, como se o mundo tivesse reduzido a silêncio e sombra. Narrowsburg. Um vilarejo esquecido no interior de Nova York, onde até o tempo parece desacelerar.A porta do carro se abriu sem cerimônia. O motorista deixou minha mala no chão de terra batida e partiu sem dizer uma palavra. Só o som dos pneus sobre a estrada molhada ecoou, até sumir por completo.Ali estava eu. Sozinha. Com o mundo desmoronado nas costas e um contrato maldito me prendendo a um homem que eu mal reconhecia.A casa surgiu entre as árvores como algo saído de um livro antigo. De pedra escura, varandas amplas e uma solidão que quase gritava. Um lugar isolado, esquecido. Perfeito para alguém que queria desaparecer — ou se esconder.Bati à porta, e uma mulher de olhar rígido me analisou por trás da corrente de segurança."Caroline Hart não é?", p
Ele estacionou em frente a um hotel modesto, e quando a porta atrás de nós se fechou, ele segurou a minha cintura, me puxando para mais perto, e eu arfei. Seu corpo era quente, como se pudesse me proteger do frio.A lembrança de Zion ainda pairava sobre a minha mente, mas eu queria esquecer.Eu me inclino para ele, sentindo suas mãos grandes e firmes arrancarem minha jaqueta e em seguida o meu vestido.Quando em seguida lentamente ele tira minha calcinha, e então solta um gemido profundo, e separa as minhas coxas, dando uma visão ótima para ele.Seguro seu rosto e memorizo cada detalhe do mesmo, sua barba por fazer,seus cabelos desgrenhados.Puxei seus cabelos castanhos enquanto minhas pernas se entrelaçaram em seu corpo. Seus lábios traçaram um caminho quente pelo meu pescoço, e eu me perdi completamente na sensação. Meus dedos cravaram em seus ombros firmes, sentindo a tensão dos músculos sob a minha pele.O desejo queimava dentro de mim como um incêndio incontrolável. Eu não queria
Damon ThornDeixei a humana dormindo e recolhi minhas coisas o mais rápido possível para que ela não me visse saindo.Isso evitaria perguntas.Eu não costumava cometer esse tipo de erro, minha alcateia era o que era, pois não me permitia ser um fraco.Eu prezava pela discrição, mas não consegui evitar o cheiro da mulher e sua forma de me enfrentar. Talvez esse fosse o ponto: todas que eu quero abaixam a cabeça para mim, e ela não o fez. E ela era extremamente atraente.Adentro a sala de casa, e minha governanta me olha desconcertada."Preciso tomar café da manhã, Daiana. Tenho muitas coisas a resolver ainda hoje", disse sem rodeios."Senhor… eu mesma preparei o seu café. A cozinheira não chegou, eu já verifiquei no chalé, na cozinha, ela não está em lugar algum."Minha mandíbula travou, e eu murmurei:"Maldição."É isso que dá contratar humanos, eles não têm responsabilidade com nada.A última cozinheira havia pedido demissão porque era inútil, eu já estava sem paciência. Por isso ac
Caroline HartO quão azarada eu podia ser?Segui direto para o chalé, ignorando a governanta que me olhava com desdém, como se soubesse de algo que eu não sabia. Ao chegar, entrei no chuveiro sem nem pensar duas vezes. Precisava tirar o cheiro e os resquícios daquele homem do meu corpo.A água quente escorria pelos meus ombros, mas não era suficiente para afastar a sensação dele. Meus olhos se fecharam, e por um instante, senti novamente o toque firme de suas mãos, o calor que queimava minha pele, os lábios pressionados contra os meus.Soltei um gemido frustrado, encostando a testa contra os azulejos gelados.Isso não podia estar acontecendo.Meu corpo traía minha mente. Eu sabia que precisava sair desse emprego. Que não podia ficar ali, não após descobrir quem ele era. Mas a verdade é que minha vida já estava uma bagunça antes disso. E agora… estava uma bagunça com salário alto.A frustração apertou meu peito, e antes que percebesse, lágrimas escorriam com a água. Solucei baixinho, t
"Conta bloqueada."Li a mensagem na tela com incredulidade. Digitei a senha de novo. Outra vez."Conta bloqueada."Tentei outro cartão, o da minha poupança. Mesmo aviso. Um frio percorreu minha espinha. Zion. Só podia ser ele. Era a única explicação. Ele tinha poder sobre minhas finanças, sempre teve.Desde que me convenceu a colocar tudo em nome conjunto. Idiota. Ingênua."Merda."esbravejei."Saí da fila sentindo o sangue pulsar nas têmporas. As pessoas ao redor pareciam flutuar, irreais. Minha cabeça martelava com mil pensamentos ao mesmo tempo. Eu precisava trabalhar. Precisava de dinheiro. Não havia outra escolha agora. Voltar para a mansão Thorn era a única saída.Zion fez isso, porque acha que em um ato desesperado eu voltaria para Nova York e casaria com ele. Mas somente por cima do meu cadáver!Me machuquei, mas estou viva, e eu iria provar quem ele era, e se casasse, seria apenas uma marionete controlada.Caminhei de volta para casa sem conseguir prestar atenção em nada. Só p
Damon Thorn"Reforçou a segurança da propriedade?", ajeitei o terno, encarando meu beta."Sim, meu Alfa."A sala de jantar principal da propriedade estava pronta para o jantar daquela noite. Velas acesas, taças alinhadas, cristais importados e uma mesa longa, preparada para acomodar os principais alfas da região. Convidados que, apesar de aliados, nunca deixavam de ser potenciais ameaças caso eu demonstrasse fraqueza.Geralmente, eu suportava esse tipo de reunião. Alianças eram sempre bem-vindas — e minha alcateia era visada.A cozinheira estava na cozinha, mas eu já conseguia sentir seu cheiro. Estava no ar antes mesmo do jantar ser servido. Eu não precisava vê-la para saber que ela estava ali. Meus sentidos nunca me enganavam.Eu esperava que ela fizesse a comida como eu havia ordenado.Os convidados começaram a chegar. Victor, meu beta, estava ao meu lado, como sempre."Tudo pronto, Alfa."Discutimos alguns detalhes. A mesma chatice de sempre: territórios, ameaças, filhos, lobas de
Minhas mãos suavam frio. A proximidade entre nós estava me deixando tonta.Saí daquele terraço com raiva. O ar gelado do corredor não aliviava o calor que ele deixava no meu corpo.Me recostei contra a parede de pedra, tentando controlar a respiração. Ele tinha me encurralado, quase como se estivesse marcando território. Mas por quê? Ele nem gostava de mim. Ou gostava?A vibração do celular me despertou. Para minha surpresa, havia sinal ali.Era Magie.Atendi no segundo toque, a voz dela veio carregada de tensão."Como estão as coisas, Carol? Os advogados estão recorrendo sobre a revogação do contrato, mas o Zion não vai facilitar."Mordi o lábio inferior, sentindo uma pontada de angústia no peito."Claro que não facilitaria. Mas as coisas estão indo...""E o trabalho?""O novo chefe... é uma pessoa complicada." sussurrei, olhando para o chão."Como assim?""Nós dormimos juntos." murmurei, baixinho."O QUÊ?" ela praticamente gritou do outro lado da linha."Ainda não nos conhecíamos,
Caroline HartMais uma noite naquela casa. E meu sono simplesmente não vinha. O meu querido chefe Damon estava estranho. Ele parecia ter ficado com raiva após a noite do jantar, e estava me tratando com indiferença.Fiquei rolando na cama por horas, com o peito apertado e os pensamentos me sufocando. Quando finalmente levantei para tomar um pouco de ar, vi algo que me fez gelar.Um uivo cortou o silêncio da madrugada — longo, dolorido, quase humano. Olhei em volta, mas não havia nada. Apenas a escuridão e o farfalhar das árvores.Ao andar um pouco pelo jardim da mansão, notei marcas de queimadura em algumas pedras próximas ao bosque. Como se alguém tivesse acendido uma fogueira ali — ou algo muito mais intenso.Mais adiante, vi riscos fundos na casca de uma árvore. Pareciam... garras. Eu já nem sabia o que eu estava vendo.Engoli seco.Não era normal. Esse lugar não era normal. Mas talvez, minha cabeça estivesse tão cheia, que eu estivesse imaginando coisas.Na manhã seguinte, já ca