Alex coloca as mãos no meu pescoço, firme, possessivo, me prendendo ali como sua. Seu toque é exigente, mas nunca cruel. É a força de quem conhece cada centímetro do meu corpo e sabe exatamente até onde pode ir. E, Deusa… ele sabe.Sou dele. Inteira.Me mantenho ali, sem conseguir me mover, sem querer sair. Refém do prazer. Refém dele.Do calor.Das chamas que explodem dentro de mim.Do desejo que escorre pelas minhas pernas.Das marcas que não param de esquentar como se gritassem por ele.— Pronta pra falar, lobinha? — sua voz é grave, quente, cheia de domínio.Minha mente tenta resistir, tenta manter alguma dignidade. Mas minha loba já se entregou. Ela se contorce por ele, geme por ele. Suplica.— S-sim — confesso, a voz fraca, entre gemidos. Não há mais luta em mim. Não há espaço pra orgulho.Alex sorri. O tipo de sorriso que me faz gozar só de olhar. Um sorriso arrogante, maldito e lindo.— Muito bem. — Ele solta meu pescoço devagar, ainda me segurando pelos quadris, e seus dedos
Eu acordo com seus dedos traçando círculos preguiçosos nas minhas coxas, bem perto de onde ele acabou de gozar. Um arrepio sobe pela minha espinha e faz meus pelos se arrepiarem, mesmo com o calor que ainda paira pela cabana.— Dormiu rápido, lobinha — ele murmura, a voz baixa, rouca, com um toque de diversão. Um riso abafado escapa, fazendo meu peito vibrar.Abro os olhos devagar. Alex está ali, me olhando como se eu fosse feita de luz. O olhar dele é quase devocional, e é difícil descrever o que sinto quando o vejo assim. Seu cabelo está uma bagunça — eu fiz isso. Sua barba rala arranha meu pescoço quando ele se inclina pra beijar minha clavícula, lento, reverente.— Só um pouco — sussurro, minha voz falha, rouca. Meu corpo ainda pulsa, sensível, entregue.— Acho que ainda não terminamos — ele diz, com aquele sorriso de canto que sempre me desmonta. Os dedos voltam a explorar, sem pressa, passeando entre minhas pernas como se fossem donos daquele território. Eu estremeço.— Eu… tô s
Estamos tentando treinar. A palavra tentando faz todo o sentido aqui, porque honestamente, depois da última rodada de sexo selvagem e intensa, o calor da minha pele ainda não voltou ao normal — só suavizou o suficiente pra eu parar de tremer.Meus cabelos estão presos em um coque improvisado, algumas mechas escapando e grudando na testa. A brisa da floresta toca minha pele suada, mas não alivia em nada o fato de que Alex está usando apenas uma bermuda. E há também a tentativa—completamente falha—da minha parte em não encarar seu abdômen trincado.É quase cruel.Consigo lembrar exatamente da minha boca em cada gominho daquele abdômen.Cada marca.Cada contração.E como ele gemia baixo quando eu o beijava ali…— Vamos — ele diz, com aquele sorriso de canto que me faz querer jogá-lo no chão por motivos nada esportivos. — É sua vez de me derrubar.É isso que ele diz, como se me desafiar fosse um jogo inofensivo.O que é irônico, considerando que ele já me derrubou. Literalmente. Mas, segu
— Técnica nova? — respiro, com o rosto colado ao dele. — Técnica desesperada — ele sorri, ainda com a boca colada na minha. — Estava prestes a perder. — Então eu ganhei. — Ganhou a queda. Perdeu a luta. — Discordo. Olha onde você tá agora. Ele olha. E o olhar que ele lança sobre mim faz meu corpo inteiro reagir. Como se estivesse sendo despido só com os olhos. Ele observa meu corpo debaixo do dele. Os seios subindo e descendo com a respiração pesada. O pescoço exposto. O rosto corado. Os olhos brilhando. A boca entreaberta. Ele engole em seco. — Droga, Zoe… — Eu sei. E então ele me beija. Não é um beijo doce. É bruto. É faminto. Como se o treino tivesse sido só uma desculpa pra chegar nesse momento. Como se ele precisasse de mim pra viver. Sua língua invade minha boca, quente, possessiva, e eu correspondo com a mesma intensidade. Meu quadril se ergue e encontra o dele. Ele já está duro, completamente duro, e não há mais o que fingir. — A gente devia… terminar o trei
A semana passou rápido. Rápido demais.Quando se passa a maior parte dos dias transando, é difícil manter a noção de tempo. Os minutos se misturam, as noites parecem durar horas a mais e os dias se dissolvem no calor da pele, nos suspiros abafados, nos lençóis bagunçados.Minhas marcas, que antes queimavam com uma força incontrolável, agora são apenas um sussurro do que já foram. Um sussurro quente, constante, que me lembra a cada instante que ele é meu. Que nós somos um.Termino de virar a panqueca com cuidado, deixando a massa dourar na frigideira. O cheiro do melaço se espalha pela cozinha da cabana, doce e envolvente. O tipo de aroma que se mistura com o calor da madeira, com a brisa suave da floresta, e com a sensação de que, por um breve momento, tudo está em paz.Sinto as mãos de Alex envolverem minha cintura por trás, fortes e quentes. Ele me abraça com aquele jeito apertado, possessivo e ao mesmo tempo terno. Seu peito nu encosta nas minhas costas, a pele úmida do banho recém
— Deixa comigo. Vai se transformar.— Sério? Vai lavar a louça como despedida?— Como prova de amor — ele pisca, e eu rio.— Poético.— Realista. Vai logo, minha lobinha. Tá na hora de voltarmos.Saio da cabana com um sorriso no rosto. A brisa da manhã bate suave na minha pele, ainda quente do banho. O céu está limpo, algumas nuvens se esticam como fios de algodão no azul pálido. O cheiro da floresta é fresco, úmido, familiar. A madeira da cabana atrás de mim ainda exala o calor das nossas últimas noites. Tudo está calmo. Calmo demais.Fecho os olhos por um instante, puxando o ar para dentro dos pulmões como se pudesse guardar essa paz por mais um tempo.E então, deixo que meu corpo se transforme.A mudança é rápida. Um segundo de calor subindo pela espinha, de energia vibrando sob a pele, e estou em minha forma lupina. Pelos brancos como neve, patas firmes no solo úmido, sentidos alertas. A floresta ganha novas camadas de som, cheiro e textura. Tudo é mais vivo aqui.Atrás de mim, ou
Sou recebido em casa pelo cheiro de bolo.Que saudade disso.O aroma é doce, envolvente, carrega lembranças que eu nem sabia que tinha. Madeira morna, mel, massa assando no forno. É o cheiro de casa. O cheiro de acolhimento.Zoe passa por mim em um movimento ágil, se transformando em segundos. A luz da manhã ainda toca sua pele por um breve momento antes que os pelos brancos surjam, suaves como neve ao vento. Seu corpo muda com facilidade, naturalidade. Ela já domina essa parte de si com leveza. Isso é bom. Muito bom.Significa que minha lobinha está cada vez mais preparada. Treinada. E que sua loba já se tornou parte dela. Um com ela. Assim como meu lobo e eu somos um só.Ela avança até a porta com aquele jeito leve e determinado, e antes que eu possa me aproximar, já a ouço girar a maçaneta.A porta se abre e, imediatamente, gritos felizes invadem o ar.— Minha filha! — a mãe dela diz, com a voz embargada de emoção.— Você voltou! — Gabi completa, correndo para abraçá-la.As três se
Sento-me novamente, aceitando a xícara de chá que a mãe de Zoe me oferece. A mesa está coberta com rosca, bolo, geleias caseiras e pão de mel ainda morno. O cheiro é acolhedor, e o calor do ambiente só não é maior do que o das risadas que já ecoam pela sala.Zoe se acomoda ao meu lado, e Gabi já está a mil, falando como se tivesse guardado a semana inteira dentro da garganta.— Vocês não têm noção do que foi isso aqui! — ela começa, toda animada. — Uma das cabras fugiu do cercado e foi parar no telhado da casa da Dona Cida. Juro. No telhado.— No telhado? — Zoe arregala os olhos. — Como isso é possível?— Eu também queria entender! Mas acho que aquele bode de olhar cínico ajudou. Conspiração pura. Dona Cida achou que era sinal da Deusa e tentou amarrar um lenço na cabeça da cabra.— Não acredito — Zoe leva a mão à boca, rindo.— E quando fui ajudar, ela tentou me expulsar com um ramo de alecrim — completa Lord, com a expressão mais séria do mundo, como se fosse rotina.— Isso acontece