Zoe se acomodou melhor, a perna entrelaçada na minha como se quisesse me prender ali — e se quisesse, funcionava. Sua pele estava quente contra a minha, e o cheiro dela — de terra, de noite, de Zoe — preenchia tudo ao meu redor.
— Nunca achei que fosse ter isso — ela disse de repente, com a voz baixa, como se confessasse um segredo guardado por tempo demais.
— Ter o quê? — perguntei, passando os dedos pela curva da cintura dela, só pra lembrar que ela era real.
— Um lar. Um alguém. Um lugar pra cair depois de tudo.
— O destino te empurrou pra mim — falei, encostando a testa na dela.
— E você aproveitou a chance?
— Eu te agarrei como se o mundo fosse acabar.
— E se acabar?
— A gente acaba junto. Bonito. Beijando até o último segundo.
Ela riu, mas havia algo nos olhos dela — aquele brilho de quem ainda se espanta com o amor. Com a gentileza de ser querido. Com o fato de estar segura.
— Você acha mesmo isso tudo de mim? — ela perguntou, meio provocando, meio se entregando.
— Zoe, eu acho