O céu estava mais baixo naquela manhã.
As nuvens grossas e imóveis pareciam pressionar o mundo para dentro de si. O ar carregava algo denso — não era só um prenúncio de chuva. Era energia. Selvagem. Instável. Como se a floresta estivesse tentando conter o que prestes a emergir.
E foi quando eu senti.
Não com os olhos. Nem com os ouvidos. Foi um arrepio pela espinha. Um calor súbito no peito. Um sussurro dentro de mim dizendo: está começando.
— É a mamãe — sussurrei, sem pensar.
Alex virou para mim no mesmo instante, os olhos alertas.
— Tem certeza?
— Tenho. Ela… ela está se transformando.
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Lord não hesitou um segundo.
Pegou a capa de tecido espesso e desapareceu pela trilha leste como se já soubesse exatamente para onde ir. E eu o segui com o olhar até ele sumir entre as árvores.
— Ele vai com ela, não vai? — perguntei, mesmo já sabendo a resposta.
Gabi estava ao meu lado. Não disse nada, mas segurou minha mão. Forte. Presente.
— Eles têm um lugar — comentou Alex, baixinho. — Uma cab