A noite parecia mais escura do que o normal.
Havia algo no ar — denso, espesso, como se a floresta estivesse prendendo a respiração. Estávamos todos reunidos na clareira próxima à vila, as lanternas pendendo das árvores lançando luzes amareladas sobre rostos inquietos. Gabi, sentada sobre um tronco, girava um galho entre os dedos com um tique nervoso. Alex não tirava os olhos de mim. E Lord… bom, Lord estava inquieto.
Foi ele quem percebeu primeiro.
— Ela não veio — disse, a voz baixa, como se temesse invocar alguma coisa.
— Talvez esteja descansando — murmurei, embora não acreditasse de verdade naquilo.
Lord se levantou. O olhar dourado dele brilhou com uma intensidade que não era só de preocupação.
— Eu vou atrás dela.
Ninguém tentou detê-lo.
Segui com ele, porque algo dentro de mim também apertava. Não era só o medo. Era um reconhecimento silencioso — como se o sangue dentro de mim já soubesse o que estava prestes a acontecer.
A casa a minha mãe estava silenciosa. As janelas escanc