O ar cortava meu focinho com a suavidade de uma promessa. A noite ainda envolvia a floresta com sua névoa prateada, e cada passo sobre a terra úmida parecia mais leve do que o anterior. Corria livre, com o vento beijando meu pelo branco, e sentia Alex logo atrás de mim, seu lobo gigante e negro deslizando entre as árvores como uma sombra protetora.
—Você está rindo.
A voz dele ecoou na minha mente com aquela calma rouca que sempre me fazia estremecer.
—Talvez porque estou ganhando.— Respondi, sem parar.
“Talvez porque você está sonhando.”
Disparei ainda mais rápido, saltando sobre raízes grossas e desviando de arbustos como se aquele trajeto já fosse parte de mim. As patas de Alex faziam barulho atrás de mim, pesadas, poderosas. Eu sabia que ele podia me alcançar quando quisesse — mas ele deixava. Ele gostava de ver minha liberdade. De me ver vencendo.
—Se eu vencer, você me deve um banho de rio.
—Se eu vencer, você me deve um beijo… em forma humana.
Soltei um rosnado divertido, quase