A manhã estava começando a ganhar vida quando deixei Zoe com sua mãe e segui até a clareira perto da casa principal. Lord já estava lá, como sempre, com os braços cruzados, observando os arredores com aquele olhar de sentinela que ele nunca deixava descansar. Bastou me aproximar para que ele me lançasse um olhar afiado, embora a tensão logo se dissolvesse num sorriso curto, daqueles que ele só soltava quando estava de bom humor. Ou quase.
— Achei que ia dormir até o cio da sua loba passar — ele disse, sem nem se virar completamente.
Revirei os olhos, já sabendo que vinha provocação.
— Ela me expulsou da cama, na verdade — retruco, entrando no mesmo tom. — Disse que eu precisava conversar com meu braço direito antes de sumir na floresta por alguns dias.
Ele bufou, mas sorriu.
— Inteligente. Ela sabe que sem mim, essa aldeia ia desmoronar em dois dias.
— Em meio dia — corrige uma voz atrás de nós.
Nos viramos ao mesmo tempo e vimos meu pai se aproximando, com aquele ar calmo e certeiro