O ar cortava meu focinho com a suavidade de uma promessa. A noite ainda envolvia a floresta com sua névoa prateada, e cada passo sobre a terra úmida parecia mais leve do que o anterior. Corria livre, com o vento beijando meu pelo branco, e sentia Alex logo atrás de mim, seu lobo gigante e negro deslizando entre as árvores como uma sombra protetora.—Você está rindo.A voz dele ecoou na minha mente com aquela calma rouca que sempre me fazia estremecer.—Talvez porque estou ganhando.— Respondi, sem parar.“Talvez porque você está sonhando.”Disparei ainda mais rápido, saltando sobre raízes grossas e desviando de arbustos como se aquele trajeto já fosse parte de mim. As patas de Alex faziam barulho atrás de mim, pesadas, poderosas. Eu sabia que ele podia me alcançar quando quisesse — mas ele deixava. Ele gostava de ver minha liberdade. De me ver vencendo.—Se eu vencer, você me deve um banho de rio.—Se eu vencer, você me deve um beijo… em forma humana.Soltei um rosnado divertido, quase
Acordei com um calor estranho espalhado pelo corpo, irradiando das minhas marcas como se pequenas brasas vivessem debaixo da pele. Doía e ao mesmo tempo… não doía. Era um calor que chamava, que puxava algo dentro de mim.As mãos do Alex me cercavam pela cintura, coladas na minha pele, como se ele soubesse exatamente onde tudo queimava. Quando me mexi, tentando sair devagar da cama, ele murmurou com a voz arrastada pelo sono:— Onde pensa que vai, minha loba?— Preciso de água. Muito — respondi baixinho, tentando não rir da voz rouca e do jeito possessivo com que ele me puxava de volta.— Hum… depois. Fica aqui comigo só mais um pouco.Tentei resistir, mas ele já estava colando o corpo no meu de novo. As marcas voltaram a queimar com o contato, e deixei escapar um suspiro. Um bem longo, que escapou sem controle.— Alex…— Eu sei — ele sussurrou perto do meu ouvido, e a forma como ele disse isso… como se sentisse tudo junto comigo, me fez fechar os olhos.Sua mão deslizou pelas minhas c
Zoe está aérea depois do primeiro orgasmo da noite, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos, o peito subindo e descendo como se estivesse tentando voltar ao próprio corpo. Mas eu ainda não saí de entre suas pernas. Meu rosto continua ali, entregando lambidas suaves, lentas, quase torturantes. Cada movimento da minha língua faz seu corpo tremer, contrair.Meu lobo se agita, faminto por mais — mais dela, mais do seu gosto, mais dos seus gemidos. A ideia de levá-la de novo à beira do abismo, só com a boca, me faz quase perder o controle.O fogo da cabana ainda arde, mas agora parece mais distante. A única coisa que importa é o calor entre nós.— Alex… — sua voz sai embargada, os dedos se enroscam no meu cabelo num pedido silencioso.— Sensível demais? — pergunto, sem me mover.— Sim… mas eu… — ela hesita, mordendo o lábio.Não é um “não”. É um pedido. Um chamado por algo mais profundo, mais intenso.Ela quer ser preenchida. E eu vou dar isso a ela.Me movo, subindo devagar até que
Alex coloca as mãos no meu pescoço, firme, possessivo, me prendendo ali como sua. Seu toque é exigente, mas nunca cruel. É a força de quem conhece cada centímetro do meu corpo e sabe exatamente até onde pode ir. E, Deusa… ele sabe.Sou dele. Inteira.Me mantenho ali, sem conseguir me mover, sem querer sair. Refém do prazer. Refém dele.Do calor.Das chamas que explodem dentro de mim.Do desejo que escorre pelas minhas pernas.Das marcas que não param de esquentar como se gritassem por ele.— Pronta pra falar, lobinha? — sua voz é grave, quente, cheia de domínio.Minha mente tenta resistir, tenta manter alguma dignidade. Mas minha loba já se entregou. Ela se contorce por ele, geme por ele. Suplica.— S-sim — confesso, a voz fraca, entre gemidos. Não há mais luta em mim. Não há espaço pra orgulho.Alex sorri. O tipo de sorriso que me faz gozar só de olhar. Um sorriso arrogante, maldito e lindo.— Muito bem. — Ele solta meu pescoço devagar, ainda me segurando pelos quadris, e seus dedos
Eu acordo com seus dedos traçando círculos preguiçosos nas minhas coxas, bem perto de onde ele acabou de gozar. Um arrepio sobe pela minha espinha e faz meus pelos se arrepiarem, mesmo com o calor que ainda paira pela cabana.— Dormiu rápido, lobinha — ele murmura, a voz baixa, rouca, com um toque de diversão. Um riso abafado escapa, fazendo meu peito vibrar.Abro os olhos devagar. Alex está ali, me olhando como se eu fosse feita de luz. O olhar dele é quase devocional, e é difícil descrever o que sinto quando o vejo assim. Seu cabelo está uma bagunça — eu fiz isso. Sua barba rala arranha meu pescoço quando ele se inclina pra beijar minha clavícula, lento, reverente.— Só um pouco — sussurro, minha voz falha, rouca. Meu corpo ainda pulsa, sensível, entregue.— Acho que ainda não terminamos — ele diz, com aquele sorriso de canto que sempre me desmonta. Os dedos voltam a explorar, sem pressa, passeando entre minhas pernas como se fossem donos daquele território. Eu estremeço.— Eu… tô s
Estamos tentando treinar. A palavra tentando faz todo o sentido aqui, porque honestamente, depois da última rodada de sexo selvagem e intensa, o calor da minha pele ainda não voltou ao normal — só suavizou o suficiente pra eu parar de tremer.Meus cabelos estão presos em um coque improvisado, algumas mechas escapando e grudando na testa. A brisa da floresta toca minha pele suada, mas não alivia em nada o fato de que Alex está usando apenas uma bermuda. E há também a tentativa—completamente falha—da minha parte em não encarar seu abdômen trincado.É quase cruel.Consigo lembrar exatamente da minha boca em cada gominho daquele abdômen.Cada marca.Cada contração.E como ele gemia baixo quando eu o beijava ali…— Vamos — ele diz, com aquele sorriso de canto que me faz querer jogá-lo no chão por motivos nada esportivos. — É sua vez de me derrubar.É isso que ele diz, como se me desafiar fosse um jogo inofensivo.O que é irônico, considerando que ele já me derrubou. Literalmente. Mas, segu
— Técnica nova? — respiro, com o rosto colado ao dele. — Técnica desesperada — ele sorri, ainda com a boca colada na minha. — Estava prestes a perder. — Então eu ganhei. — Ganhou a queda. Perdeu a luta. — Discordo. Olha onde você tá agora. Ele olha. E o olhar que ele lança sobre mim faz meu corpo inteiro reagir. Como se estivesse sendo despido só com os olhos. Ele observa meu corpo debaixo do dele. Os seios subindo e descendo com a respiração pesada. O pescoço exposto. O rosto corado. Os olhos brilhando. A boca entreaberta. Ele engole em seco. — Droga, Zoe… — Eu sei. E então ele me beija. Não é um beijo doce. É bruto. É faminto. Como se o treino tivesse sido só uma desculpa pra chegar nesse momento. Como se ele precisasse de mim pra viver. Sua língua invade minha boca, quente, possessiva, e eu correspondo com a mesma intensidade. Meu quadril se ergue e encontra o dele. Ele já está duro, completamente duro, e não há mais o que fingir. — A gente devia… terminar o trei
A semana passou rápido. Rápido demais.Quando se passa a maior parte dos dias transando, é difícil manter a noção de tempo. Os minutos se misturam, as noites parecem durar horas a mais e os dias se dissolvem no calor da pele, nos suspiros abafados, nos lençóis bagunçados.Minhas marcas, que antes queimavam com uma força incontrolável, agora são apenas um sussurro do que já foram. Um sussurro quente, constante, que me lembra a cada instante que ele é meu. Que nós somos um.Termino de virar a panqueca com cuidado, deixando a massa dourar na frigideira. O cheiro do melaço se espalha pela cozinha da cabana, doce e envolvente. O tipo de aroma que se mistura com o calor da madeira, com a brisa suave da floresta, e com a sensação de que, por um breve momento, tudo está em paz.Sinto as mãos de Alex envolverem minha cintura por trás, fortes e quentes. Ele me abraça com aquele jeito apertado, possessivo e ao mesmo tempo terno. Seu peito nu encosta nas minhas costas, a pele úmida do banho recém