O vento soprou mais forte naquela manhã, como se os espíritos antigos da floresta quisessem anunciar o que vinha. As folhas dançavam de forma inquieta, e os pássaros, geralmente ruidosos ao amanhecer, silenciaram.
Um batedor surgiu correndo da trilha norte. Estava esfolado, coberto de poeira e suor. Caiu de joelhos diante da clareira.
— Eles vêm! — gritou. — Agnes... está a um dia de distância. Um exército com mais de cem. Lobos... humanos armados... e criaturas que eu nem sei o que são. Eles marcham em nossa direção.
O silêncio caiu sobre a aldeia. Como se cada coração parasse de bater por um segundo. Como se o mundo prendesse a respiração.
Aurora se levantou. Sem hesitação. Sem medo.
— Que todos venham para a clareira. Agora.
Em minutos, mães carregando crianças, guerreiros, anciões, jovens, todos formavam um semicírculo diante dela. Aurora subiu sobre uma plataforma de pedra. Kai, ao lado de Othar, observava atento.<