O amanhecer chegou devagar, pintando de dourado o céu sobre a aldeia. Dentro da cabana, Aurora mexia em baús antigos. Kai observava sentado no canto, curioso, enquanto a mãe retirava uma a uma as peças da velha armadura das Lunas.
Eram fragmentos de ferro frio, adornados com marcas da lua e símbolos antigos. A maioria estava enferrujada, desbotada pelo tempo, mas havia algo de sagrado ali. De ancestral.
— Isso é seu? — Kai perguntou.
— Era de uma Luna antes de mim. — respondeu Aurora. — Uma que caiu defendendo essa aldeia. Mas hoje… isso não é mais sobre título. É sobre história. Sobre lembrança.
Ela separou apenas três peças: o protetor de ombro esquerdo, uma tira de couro para o braço e a coroa de prata fina que repousava como arco sobre a testa.
— Me ajuda a vestir? — ela pediu ao filho.
Kai assentiu. Com mãos pequenas, prendeu a tira. Ajeitou a peça sobre o ombro da mãe. Aur