O tempo passou como um sussurro do vento.Os primeiros meses de casamento não foram fáceis para Aurora. Damon ainda era distante, frio, e evitava qualquer proximidade emocional com ela. Ele a tratava com respeito, mas não havia amor em seu olhar. Mesmo assim, Aurora manteve-se firme, pois acreditava que um dia ele entenderia que estavam destinados um ao outro.E então, uma manhã, tudo mudou.Aurora sentiu algo diferente. Seu corpo estava mais quente do que o normal, e havia uma energia vibrante pulsando dentro dela. Um brilho, um calor, uma força que ela nunca havia experimentado antes.Foi então que ela percebeu.Ela estava grávida.O coração de Aurora acelerou, e um sorriso imenso se formou em seus lábios. Um filho. O filho do Alpha. O herdeiro da alcateia.Sem hesitar, ela correu para encontrar Damon.O sol já estava alto quando ela o encontrou perto do salão principal da aldeia, cercado por outros lobos guerreiros. Ele estava sério, como sempre, discutindo alguma estratégia. Mas a
A noite caiu sobre a aldeia como um véu negro bordado com estrelas cintilantes. A brisa gelada soprava através das árvores altas, trazendo consigo um prenúncio de algo sombrio. Aurora ainda tentava processar tudo o que havia descoberto. Sua irmã, sua própria carne e sangue, havia desejado sua ruína.Ela não conseguiu dormir. Cada vez que fechava os olhos, via a expressão de Agnes, os olhos selvagens de raiva, o ódio queimando como brasas vivas.Damon também não voltou para a cabana deles naquela noite.Isso não a surpreendeu. Desde que se casaram, ele nunca realmente fez questão de estar presente, e mesmo depois da lua de mel, evitava qualquer proximidade que pudesse fazê-los parecer um casal de verdade.Mas agora… agora havia uma criança envolvida.O herdeiro do Alpha.Aurora se levantou antes mesmo do sol nascer.Ela precisava encontrar Damon. Precisava entender o que estava acontecendo.Assim que saiu da cabana, sentiu olhares sobre si. As mulheres da aldeia sussurravam umas para a
O tempo passou como um rio veloz, levando consigo as tensões e incertezas. O ventre de Aurora cresceu, assim como a expectativa na aldeia. Todos aguardavam ansiosos o nascimento do filho do Alpha.E então, em uma noite silenciosa, com a lua cheia brilhando intensamente no céu, Aurora entrou em trabalho de parto.A cabana foi preenchida por mulheres experientes, prontas para ajudá-la. Sua mãe segurava sua mão com firmeza, enquanto as contrações sacudiam seu corpo.— Você consegue, minha filha — a voz da mãe era um sussurro encorajador.O suor escorria pelo rosto de Aurora, e cada grito ecoava pela noite. Do lado de fora, Damon andava de um lado para o outro, o coração martelando no peito. Ele nunca se sentiu tão nervoso na vida.Os anciões estavam ali, os guerreiros estavam ali… todos estavam ali.Era como se a aldeia inteira estivesse esperando pelo nascimento do pequeno herdeiro.E então, um choro cortou a noite.Um som forte, cheio de vida.O filho do Alpha havia nascido.Damon corr
O tempo passou, e Aurora continuava ao lado de Damon, mas a relação entre eles não era como ela imaginara. O bebê, Kai, agora com um ano, trazia felicidade à aldeia, mas dentro de casa, as coisas eram diferentes. Damon mantinha-se frio e distante. Ele não tocava mais em Aurora, não lhe dava carinho. Ela sabia que ele não a amava, mas acreditava que com o tempo isso poderia mudar. Ela estava disposta a ser paciente, acreditava que o amor poderia surgir, mas o que ela não sabia era que Damon nunca a amaria da maneira como ela sonhava.Ele fora claro desde o início: não havia amor ali. Damon se mantinha fiel, não trairia Aurora, não por amor a ela, mas pela responsabilidade com o filho e pela lealdade que acreditava dever à Lua. Mas ele não tinha sentimentos por Aurora. Ele a via apenas como a mãe de seu filho e a mulher com quem ele se casou, por conta do destino, por conta de uma escolha da Lua. Nada mais.Enquanto Aurora se entregava a esse relacionamento sem reciprocidade, a dor de D
O som da água caindo era forte, como um rugido ancestral que se misturava ao vento gélido da manhã. A névoa da cachoeira se erguia como véu, escondendo o mundo sob uma cortina densa e fria. Aurora, com os cabelos presos e o coração batendo acelerado, caminhava pela trilha estreita até o local onde Agnes pediu para encontrá-la. A mensagem havia sido clara: “Preciso conversar com você. Me encontre na cachoeira. Quero pedir perdão.” Aurora ficou surpresa. Desde a última vez que se encararam, Agnes não havia cruzado mais do que olhares cheios de veneno e desprezo. Aquilo podia ser uma tentativa sincera de paz. Aurora queria acreditar nisso. Por ela, pelo filho. Ela não queria viver com medo da própria irmã. Quando chegou, viu Agnes já esperando de costas, com os cabelos soltos, balançando com o vento, e as mãos cruzadas nas costas. A aura era estranhamente calma, mas algo dentro de Aurora a alertou. Ainda assim, ela avançou. — Agnes… — Aurora chamou com cautela. A irmã se virou len
A lua cheia reinava absoluta no céu, lançando seu brilho prateado sobre a clareira sagrada. O vento cortante sussurrava entre as árvores, carregando consigo o cheiro de terra molhada e o murmúrio da alcateia reunida. Os anciões estavam posicionados em círculo ao redor da pedra ritualística, seus mantos esvoaçando levemente com a brisa. O clima era tenso, carregado de expectativa e reverência.Aurora, de pé no centro do círculo, sentia cada olhar cravado nela. Seu coração batia acelerado, mas ela manteve a cabeça erguida. Desde pequena, ouvira as lendas sobre a Escolha da Lua – a cerimônia sagrada em que a deusa dos lobos determinava quem seria a Luna do Alpha, aquela destinada a reinar ao lado dele, a guiá-lo e fortalecê-lo. E agora, o momento havia chegado.O Alpha.Damon estava parado à margem do círculo, os braços cruzados sobre o peito, o rosto uma máscara de desdém e impaciência. Seu corpo imponente irradiava uma energia indomável, a força de um líder nato, um guerreiro forjado n
A noite estava perfeita. A lua cheia dominava o céu, prateada e majestosa, lançando seu brilho sobre a aldeia dos lobos. O vento carregava o perfume das flores espalhadas pelo caminho que levava ao altar sagrado, um círculo de pedras antigas, adornadas com tochas e tecidos brancos que dançavam ao sabor da brisa. Era um cenário digno dos deuses, um casamento que seria lembrado para sempre. Aurora estava deslumbrante. Seu vestido era feito de seda leve, branco como a neve, bordado com fios dourados que cintilavam sob a luz da lua. Seu cabelo caía em ondas suaves pelas costas, adornado com pequenas flores prateadas. Ela parecia uma visão etérea, uma deusa saída das lendas antigas. Mas seu coração estava pesado. Damon estava lá, esperando-a no altar. Ele vestia um traje negro com detalhes prateados, um símbolo de sua posição como Alpha. Seu rosto era uma máscara impenetrável, seu olhar frio como a noite. Não havia amor em seus olhos, apenas resignação. Os anciões estavam ao redor do