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Capítulo 2 – O Casamento da Lua

A noite estava perfeita. A lua cheia dominava o céu, prateada e majestosa, lançando seu brilho sobre a aldeia dos lobos. O vento carregava o perfume das flores espalhadas pelo caminho que levava ao altar sagrado, um círculo de pedras antigas, adornadas com tochas e tecidos brancos que dançavam ao sabor da brisa. Era um cenário digno dos deuses, um casamento que seria lembrado para sempre.

Aurora estava deslumbrante. Seu vestido era feito de seda leve, branco como a neve, bordado com fios dourados que cintilavam sob a luz da lua. Seu cabelo caía em ondas suaves pelas costas, adornado com pequenas flores prateadas. Ela parecia uma visão etérea, uma deusa saída das lendas antigas.

Mas seu coração estava pesado.

Damon estava lá, esperando-a no altar. Ele vestia um traje negro com detalhes prateados, um símbolo de sua posição como Alpha. Seu rosto era uma máscara impenetrável, seu olhar frio como a noite. Não havia amor em seus olhos, apenas resignação.

Os anciões estavam ao redor do círculo sagrado, murmurando cânticos antigos. O casamento de um Alpha e sua Luna não era apenas uma união, era um ritual sagrado, selado pela própria Lua.

Aurora avançou pelo caminho florido, cada passo ecoando como um tambor dentro de seu peito. Quando chegou ao altar, os olhos de Damon a percorreram por um instante. Um lampejo de algo indecifrável passou por suas feições, mas logo desapareceu.

Othar ergueu os braços e o silêncio caiu sobre a aldeia.

— Esta noite, diante da Lua, unimos o Alpha e sua escolhida. Que esta união fortaleça a alcateia, que seu amor traga prosperidade, e que a Lua abençoe este matrimônio.

Damon estendeu a mão, sua palma virada para cima. Aurora hesitou por um segundo, depois colocou sua mão sobre a dele. Uma corrente elétrica percorreu seu corpo no instante do toque.

Othar pegou uma adaga prateada e fez um pequeno corte na palma de cada um. O sangue escorreu lentamente, pingando sobre uma tigela de pedra.

— O sangue se une, como suas almas. Que este vínculo jamais seja quebrado.

Damon fechou a mão ao redor da dela, unindo o sangue de ambos. O ar ao redor deles pareceu vibrar, a energia da Lua os envolvendo. Mas então algo aconteceu.

A Lua mudou de cor.

Um brilho dourado começou a se espalhar pela sua superfície, iluminando a clareira com um tom quente e intenso. Os murmúrios da aldeia se transformaram em exclamações de surpresa. Nunca antes algo assim acontecera.

— A Lua os abençoou… — um dos anciões sussurrou, a voz carregada de assombro.

A luz dourada durou apenas alguns instantes antes de a Lua voltar ao seu tom prateado usual. Mas todos sabiam o que aquilo significava.

O casamento estava selado.

A alcateia explodiu em celebração. O uivo dos lobos ecoou pela floresta, um chamado de reverência à união de seu Alpha e sua Luna. O vinho foi servido, a música começou, e a festa tomou conta da aldeia.

Aurora foi levada por Damon até a cabana deles, um chalé isolado à beira do rio, construído especialmente para o casal alfa. A noite estava apenas começando.

A Primeira Noite

Damon fechou a porta atrás de si e se virou para Aurora. Seu olhar estava indecifrável, mas havia algo diferente nele. Ele se aproximou lentamente, seus dedos roçando a pele do braço dela, causando um arrepio imediato.

— Está com medo? — Ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.

Aurora ergueu os olhos para ele.

— Não.

Ele sorriu de lado, um sorriso quase triste.

— Você é corajosa.

E então ele a beijou.

O beijo começou suave, explorando, sentindo. Ele foi paciente, cuidadoso, deixando que ela se acostumasse com seu toque. As mãos dele deslizaram pela cintura dela, puxando-a para mais perto. O calor entre eles crescia, os corpos se encontrando, o desejo se intensificando.

A noite se desenrolou devagar, como uma dança antiga. Ele foi gentil, carinhoso, como se entendesse que aquele momento era mais do que um simples ato. Era a primeira vez dela, e ele respeitava isso.

Quando tudo acabou, Aurora estava deitada sobre seu peito, a respiração ainda descompassada. Por um momento, acreditou que talvez… talvez houvesse uma chance para eles.

Mas então, ela falou:

— Eu sei que você é apaixonado por outra mulher. Não sei quem é ela, mas sei que seu coração pertence a outra.

Damon ficou em silêncio por alguns segundos. Então, se afastou lentamente, sentando-se na beira da cama.

— Eu posso ter me casado com você. Eu posso ter sido carinhoso com você. Mas não confunda piedade com amor. — Ele virou o rosto para encará-la. Seu olhar estava frio, cortante. — Eu só te tratei bem porque você era virgem. Isso não significa que eu tenha algum sentimento por você.

Aurora sentiu seu coração se partir.

Ele se levantou, vestiu-se rapidamente e saiu da cabana sem olhar para trás.

Ela ficou ali, sentada na cama, sentindo o vazio se espalhar dentro de si. As lágrimas vieram silenciosas, quentes, marcando sua pele.

O que ela tinha feito para merecer aquilo?

Olhando pela janela, viu a Lua brilhando no céu. Seu peito se apertou, e ela sussurrou:

— Você tem certeza de que eu nasci para ser a Luna?

No mesmo instante, uma flecha de luz desceu do céu, banhando-a com um brilho prateado.

A Lua havia respondido.

E o destino dela estava apenas começando.

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