Dante Tavares
Eu vi o desespero nos olhos dela.
E aquilo... aquilo só tornava tudo mais viciante.
A forma como tentava negar o óbvio.
A fragilidade que escapava pelos poros, mesmo quando vestia aquela armadura de palavras moralistas.
— Eu... eu... não sou o que você pensa — ela disse, recuando até bater de costas na porta de madeira.
Sorri, lento. Me aproximei.
— E quem disse que eu estou pensando sobre você ser ou não ser? — perguntei, minha voz um sussurro grave, fazendo com que seus lábios trêmulos se separassem, sem conseguir formar uma resposta.
— Você… você é sujo, Dante Tavares. Sempre disposto a negociar com sexo? Com o corpo? Eu não sou um objeto.
Ri. Uma risada baixa, debochada.
A mesma boca que gemia meu nome na noite anterior agora me acusava?
— Eu não vou ser a sua puta! — ela disparou, como se a palavra pudesse afastar o que já estava tatuado entre nós, erguendo a mão para mim, talvez fosse me agredir.
Segurei seu pulso. Com firmeza. Sem violência. Só o bastante para mo