ISADORA ALENCAR
Na minha cabeça, algo acontecia.
A última vez que estive com Dante... parecia um sonho. Um sonho bom, quente, real. O jeito como ele me abraçou por trás, a respiração na minha nuca, os dedos se entrelaçando aos meus, a voz baixa prometendo que ficaria.
Mas quando acordei, ele não estava ao meu lado.
E depois disso, só silêncio.
Liguei.
Insisti.
Mandei mensagem.
Nada.
Queria dizer que estava com saudade.
Que meu peito apertava só de imaginar ele distante.
Que queria sentir os braços dele de novo, fortes, seguros, quentes.
Mas ele não atendeu.
Então fui.
Cheguei ao prédio com o coração em disparo.
Tinha novidades.
Uma ideia nova pra confeitaria.
Tinha até nome pro nosso bebê — e queria que fosse ele o primeiro a ouvir.
A secretária liberou minha entrada, e, dentro do elevador, meu peito arfava como se eu tivesse subido escadas. Mas não. Era ansiedade. Era o corpo tremendo por dentro.
Me olhei no espelho.
As olheiras estavam marcadas. O rosto, inchado.
Tentei ajeitar o co