Isadora Alencar:
Fiquei parada, sentindo o calor dele, a respiração quente contra minha pele, o toque que fazia meu corpo reagir mesmo quando minha mente gritava “fuja”.
— Não, Dante — eu disse, firme, mas com a voz tremendo — Eu não posso... não assim.
Mas a verdade doía mais que qualquer palavra de rejeição. Eu não podia negar que, quando ele me segurou daquele jeito, meu corpo se entregou, mesmo contra minha vontade. Era como se cada fibra minha conhecesse aquela pele, aquele cheiro, aquela presença.
Meus olhos se encheram de lágrimas — não de fraqueza, mas de uma confissão silenciosa que eu não tinha coragem de dizer.
Eu o odiava e o desejava na mesma medida.
Porque Dante não era só o pai do meu filho, o homem que queria me controlar. Era também o fogo que me incendiava, a única pessoa que conseguia me despir por dentro sem tocar na minha pele.
Eu queria fugir, fechar aquela porta, trancar meu coração mais uma vez. Mas ele estava ali, firme, com aquele olhar que me fazia sen