Laços de Sangue e Sombras
A madrugada estava impregnada de um silĂȘncio espesso, como se o prĂłprio tempo hesitasse em seguir adiante. Os primeiros lobos começaram a se mover na clareira central, trazendo suprimentos, armas encantadas, mapas antigos. NĂŁo era uma missĂŁo. Era uma convocação ancestral. E todos sabiam que aquela travessia para o norte nĂŁo era apenas geogrĂĄfica â era espiritual, era de alma.
Eu observava em silĂȘncio, sentada sobre uma pedra coberta de musgo, enquanto Selene sussurrava dentro de mim. Havia uma inquietação nela, mas tambĂ©m uma força crescente. Ela estava despertando⊠mais do que nunca.
Marco se aproximou devagar. O cheiro dele, de terra molhada, folhas secas e cinzas quentes, me envolveu como um pressĂĄgio.
â VocĂȘ vai mesmo? â ele perguntou, com a voz baixa.
â JĂĄ estou indo. â respondi, encarando o horizonte. â HĂĄ algo lĂĄ que me chama. Algo que⊠eu sou parte.
â Parte de vocĂȘ ainda Ă© minha. â ele disse, nĂŁo como um pedido, mas como uma afirmação. â Ou foi, pelo