Voz da Lua
Os olhos estavam sobre mim. Nenhuma palavra se movia, nenhum sussurro se arriscava. A presença de Elariah ainda pairava ao meu redor como um véu de prata, e o ar parecia mais denso, mais sagrado. Naquele instante, a mansão não era apenas um salão. Era um templo. E eu era seu oráculo.
Respirei fundo. Rafael se afastou um passo, respeitando o meu espaço — e o meu poder.
Marco permanecia de pé, os punhos cerrados, mas seus olhos… ah, os olhos dele. Não eram mais os do Alfa imbatível. Carregavam dúvida, medo, e… saudade. Mas eu não podia me distrair com isso.
— O que tenho a dizer — comecei, com a voz ecoando pelo salão — não é uma súplica, nem uma prece. É um aviso. E uma convocação.
Meu olhar percorreu os rostos reunidos. Betas poderosos. Fêmeas fortes. Curandeiras antigas. Todos esperavam. Até os mais céticos pareciam inclinados à escuta.
— A Deusa me levou até o véu das sombras — continuei. — Lá, vi o que se aproxima. Um ciclo que retorna a cada geração. Um inimigo que se o