Três Corações, Um Silêncio
A noite caiu mais escura do que o normal.
Sem estrelas.
Sem vento.
Como se até o céu segurasse a respiração.
Eu me encontrava na câmara sagrada com Maelis, as velas ao redor tremulando em tons dourados e violeta.
Ela passava sobre meu ventre uma infusão de ervas antigas, seus dedos suaves, mas firmes.
— Ele se move mais — disse ela, com os olhos cerrados. — Mas… diferente.
— Diferente como?
— Como se… escutasse tudo.
Engoli em seco.
Porque era verdade.
O que eu carregava escutava mais do que palavras. Escutava intenções.
Desde o encontro com Marco, meus sentidos estavam aguçados.
Mas o que me inquietava não era só o Alfa.
Era Rafael.
Ele estava diferente.
Mais calado.
Menos presente.
E quando presente… frio.
A ausência dele não era física.
Era espiritual.
Eu o observei do alto da escadaria do santuário, enquanto ele treinava com Thoren.
Os movimentos estavam perfeitos.
Mas os olhos…
vazios.
Selyra rosnou em mim.
> “Ele silencia o que não deveria.”
> “Você ac