Rumo à Lua Rachada
Passei a noite entre espelhos de água e sombras em vigília.
A clareira da Irmandade parecia respirar, como se a própria floresta soubesse o que estava por vir.
O Encontro da Lua Rachada não era um lugar — era um rito antigo, marcado no espaço onde sangue e desejo se encontravam para decidir o rumo de uma alcateia.
Minha barriga crescia.
Não o bastante para pesar meu corpo, mas suficiente para marcar minha alma.
O ser em mim agora se movia com vontades próprias.
E Selyra… minha loba… não dormia mais.
> “Que ele venha.”
> “Que veja o que recusou.”
> “Que sinta o que perdeu.”
Maelis colocou diante de mim um manto antigo.
Era tecido da Noite das Estrelas Mortas.
Rico, prateado, entrelaçado com fios escuros que pareciam sugar a luz.
Costurado à mão pelas primeiras Filhas da Lua.
— Esse era o manto de Serya — disse ela.
— Não sou minha mãe.
— Não.
É mais.
Ela me ajudou a vestir.
Me olhou com um misto de temor e orgulho.
— Está pronta?
Respirei fundo.
— Pronta não é a pala