TrĂȘs GuardiĂ”es, TrĂȘs Sombras
O salão cerimonial foi preparado antes mesmo do sol alcançar o cume da floresta.
As tochas ainda queimavam com a brisa da madrugada, espalhando sombras dançantes pelos pilares de pedra.
Ali, diante da assembleia, eu ergui a cabeça e disse:
â A partir deste ciclo, trĂȘs guardiĂ”es responderĂŁo diretamente a mim.
Eles serĂŁo meus olhos, minhas garrasâŠ
e, se preciso for, minhas lĂąminas.
Todos silenciaram.
Até os mais antigos.
Freya me observava de longe, sentada no trono dos observadores.
Rafael permanecia ao meu lado, imponente.
Marco, de pé atrås de mim, como uma sombra viva.
Lira, Ă© claro, estava entrelaçada com as correntes do mistĂ©rio â sentada numa arquibancada alta, com as pernas cruzadas, sorrindo como se jĂĄ soubesse os nomes que eu iria pronunciar.
Mas ninguém sabia.
Nem mesmo eu.
Não até o instante em que as palavras escaparam da minha boca como um sussurro do próprio destino.
â Primeiro⊠Kael.
O murmĂșrio foi imediato.
Kael, o caçador do leste.
TĂŁo sile