Entre Correntes e ConfissÔes
A noite havia se fechado sobre nĂłs com um peso quase palpĂĄvel. A floresta parecia silenciar seus prĂłprios mistĂ©rios em respeito ao que se desenrolava entre aquelas paredes de pedra e poder. A mansĂŁo antiga, envolta em sombras e ecos ancestrais, pulsava com energia contida, como se cada tijolo tivesse consciĂȘncia do que acontecia ali dentro â e do que estava prestes a acontecer.
Eu estava diante dele. Marco. O Alfa.
Os olhos dele estavam mais escuros que o habitual, sombras dançando em suas Ăris castanhas profundas. A raiva ainda o rodeava como uma nĂ©voa, mas por baixo, havia algo mais denso. Um medo disfarçado de orgulho. Um desejo disfarçado de fĂșria. Uma necessidade sufocada pelo prĂłprio ego. Ele me olhava como se me quisesse e me odiasse ao mesmo tempo.
â VocĂȘ nĂŁo sabe o que estĂĄ fazendo, Alice. â A voz dele soou baixa, rouca, carregada de algo que eu nĂŁo conseguia nomear. â VocĂȘ estĂĄ mexendo com coisas que nĂŁo entende.
â Eu entendo mais do que vocĂȘ pen